Cadê você, Bernadette?

Cadê você, Bernadette?

O nome desse livro não podia ser melhor. Antes de Bernadette desaparecer fisicamente, sumiu a essência dela. Cadê você, Bernadette? [RESENHA]

A história não é assim tão nova, mas preciso procurar a Bernadette

O livro de Maria Semple é de 2012. Eu até dava uma namorada nele, mas outros acabavam passando na frente. Mas então li O segredo do best-seller, do  Jodie Archer e do‎ Matthew L. Jockers e ela estava lá entre os melhores. Estava na hora de ver cadê a Bernadette.

Descobri que a adaptação para o cinema está para sair e isso só aumentou a minha vontade. Reli a sinopse e curti muito a ideia.

Sinopse

Bernadette Fox é notável. Aos olhos de seu marido, guru tecnológico da Microsoft e rock star do mundo nerd, ela se torna mais maníaca a cada dia; para as demais mães da Galer Street, escola liberal frequentada pela elite de Seattle, ela só causa desgosto; os especialistas em design ainda a consideram uma gênia da arquitetura sustentável, e Bee, sua filha de quinze anos, acha que tem a melhor mãe do mundo. 

Até que Bernadette desaparece do mapa. Tudo começa quando Bee mostra seu boletim (impecável) e reivindica a prometida recompensa: uma viagem de família à Antártida. Mas Bernadette tem tal ojeriza a Seattle – e às pessoas em geral – que evita ao máximo sair de casa, e contratou uma assistente virtual na Índia para realizar suas tarefas mais básicas. Uma viagem ao extremo sul do planeta é uma perspectiva um tanto problemática. 

Para encontrar sua mãe, Bee compila e-mails, documentos oficiais e correspondências secretas, buscando entender quem é essa mulher que ela acreditava conhecer tão bem e o motivo de seu desaparecimento. Maria Semple revela, em seu segundo romance, a influência de grandes escritores contemporâneos como Jonathan Franzen e Jeffrey Eugenides, ao mesmo tempo que se afirma como uma voz original, marcada pelo melhor humor das séries de TV norte-americanas. 

cade voce bernadette

O que interessava sobre Bernadette

A parte mais importante da sinopse é a última: “Sem sentimentalismos, mas com muita empatia, Cadê você, Bernadette? trata do amor incondicional de uma filha por sua mãe imperfeita.” E era o que me interessava. Só que fiquei surpresa com o que encontrei.

O que se revelou

Bee – Balakrishna Branch – é uma adolescente com problemas de saúde. Filha de um astro da tecnologia que trabalha muito, ela tem um vínculo muito forte com a mãe Bernadete, uma mulher que tem pavor de vida social.

Uma boa nota na escola e um presente: Bee consegue um sim para o pedido de conhecer a Antártida. Planos feito, passagens compradas com a ajuda da secretária virtual de Bernadette. Tudo se encaminha.

Mas isso não quer dizer que se encaminha para o rumo certo. Uma coisa faz com que a família perceba que Bernadette está perdendo a rota. Uma rixa com mães da escola de Bee e com uma vizinha ligam o sinal vermelho.

Cada vez mais cheia de manias e atitudes estranhas, Bernadette levanta suspeitas e o pai de Bee acha que ela pode estar louca. Ele a vê como uma ex-arquiteta com a reputação manchada. Acredita que, com vergonha de se expôr novamente, Bernadette ficou entediada. Agora está inventando as coisas mais loucas e perigosas para passar o tempo.

No meio de tudo isso, Bee não percebe que sua mãe está em risco. Quando a data da viagem para a Antártida se aproxima, ela fica em choque ao saber que a mãe desapareceu.

É inaceitável para Bee. Como a mãe, que também é uma grande amiga, fez algo desse tipo? Para onde foi? Por que a deixou?

Bee quer corrigir os erros e resgatar as coisas boas do passado. Então decide ir atrás de encontrar a mãe e trazê-la de volta, fisica e mentalmente. Relatórios, cartas, bilhetes. Tudo o que Bee tem, ela usa para montar o dossiê que vai ajudá-la. E é isso o que lemos nessa história. Trechos de documentos, provas e partes da essência de cada personagem.

E então? Como encontrar a Bernadette?

No começo pensei que a narrativa em forma de cartas, e-mails e documentos ia acabar me cansando. Só que eu gostei, e muito. Sem ficar forçado, o texto acabou intimista e leve, o que me surpreendeu positivamente.

Um livro sobre uma mãe desaparecida, uma família desestruturada e problemas psicológicos pode te fazer rir bastante durante as madrugadas. E você nem precisa ser uma pessoa má. Alguns pontos de vista são tão absurdos que caímos na real sobre o que nós mesmos vivemos e achamos normal, mas que não é.

Segredos, depressão? Uma possível viagem, problemas de família? Morar em um lugar novo? O que foi que fez com que Bernadette se perdesse?Descobrir com Bee o que aconteceu no passado de sua mãe para que ela deixasse que a sua sanidade desaparecesse, foi emocionante. É um livro de encontros e buscas, de pessoas e de essências.

Cadê você, Bernadette?

O final foi muito rápido para mim e fiquei até um pouco perdida, mas a história toda compensa. É um livro de perspectivas: o que o outro está pensando dessa situação pela qual nós dois estamos passando? O que está acontecendo de verdade e que ninguém mais sabe?

Achamos a Bernadette?

Depois de ter iniciado a leitura instigada por uma história de uma filha que ama muito aquela mãe, ainda fica comigo uma questão muito forte: Tem como encontrar o caminho certo quando aquilo que somos por dentro já desapareceu?

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