Como posso ajudar

Como posso ajudar

Já há um certo tempo tenho batido de frente com algumas coisas em que eu acredito. Eu e elas temos tido diferenças, mas somos apegadas. E o apego limita. Quero soltar, ir pra frente, deixar para trás uma das mais fortes: a crença de que eu sou de um jeito e não vou mudar.

Eu vou sim. Sou teimosa como as minhas verdades, admito.

Um dos maiores tapas na cara que eu levei nos últimos tempos foi quando comecei a fazer voluntariado. Primeiro, eu descobri que não era só querer. Enviei currículos, e-mails, preenchi formulários, mas nem assim consegui uma tarefa. Tudo bem, parti para o meu lado místico e pedi: querido Deus, eu quero ajudar. Perdoa o meu egoísmo, mas tenho que avisar que quero ser feliz fazendo isso, para que não tenha chance de desistir.

Logo, pulou na minha frente uma oportunidade de ser baby sitter voluntária em um programa lindo que, conforme anuncia o site deles, “permite que famílias tenham acesso a um serviço de babysitting solidário prestado por voluntárias experientes e de confiança de forma a poderem assumir compromissos pessoais e profissionais”. Preenchi o cadastro, confirmei presença no evento e ganhei a benção de conhecer a mãe do criador do programa.

Enfim, ainda não tive a oportunidade de ajudar nessa missão, mas no dia do treinamento ela disse: ainda somos poucos nessa cidade, mas se queres mesmo ajudar, aqui onde estamos fazendo este encontro funciona uma entidade que precisa de voluntários.

Bom, daí elas chegaram. As crenças: não tenho tempo, tenho que levar e buscar as filhas na escola, é longe de casa, não tenho conteúdo para passar, nem experiência. Não posso.

Falei dos meus “grandes problemas” para ela e para uma das responsáveis pelo lugar. A resposta foi que se eu tivesse meia hora do meu dia poderia ajudar uma criança a fazer os deveres. E bum. Minha casa caiu.

Minhas crenças foram violadas, massacradas. Aproveitei que estava em maioria no meio do grupo de guerra e pisoteei-as também ao perguntar para as duas: Quando eu começo?

A verdade é que frequentei o lugar uma vez por semana com a minha singela meia hora. Não sei se fiz diferença na vida do anjo que me recebeu. Mas ele fez na minha. Sou mais paciente, mais crente, mais grata. Pareço até egoísta. E sou. Pois é das minhas crenças achar que não há meio de ajudar alguém sem sê-lo, sem cuidar do seu próprio eu, analisar e vencer o ego, soltar o que me diminui e agarrar o que me engrandece. Como eu disse, pensar assim também pode ser uma das minhas crenças limitantes.

Mas o que falei não foi para analisar o meu próprio ser, meus defeitos ou qualidades. É sim para contar que levei outro tapa na cara. E eles são bons. São bons para fazer com que eu conte uma coisa que talvez não tenha percebido ainda: você tem todas as ferramentas para ajudar alguém: se quiser.

Existem crianças que vivem no mesmo mundo que eu e você e que não tem roupas para ir à escola e por isso são suscetíveis a abusos.

Sabe, você pode dizer que é um mundo cruel, injusto, mil coisas ou pode ajudar. Não tem dinheiro? Não sabe como? Não tem tempo? Ore. Mude. Cresça. Pare de reclamar e pense nessas ricas criaturas já vestidas, alimentadas e amadas. E você não faz ideia do poder do seu pensamento.

Peça a Deus a informação. Solte pelo caminho o como posso me esquivar. Troque o como alguém pode me ajudar pelo como eu posso ajudar, a frase que serve para tudo na vida.

Quando crê que sabe tudo, você não vai aprende mais nada.

Quando pensa que já ajuda muito, não é mais ajudado.

O suficiente trabalha com o seu ponto de vista:

O que fazem por você é suficientemente pouco.

O que você faz pelos outros é suficientemente muito.

Ao invés de pensar em como vamos nos esquivar, vamos mudar juntos?

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