Como trabalhar legalmente nos Estados Unidos.

Como trabalhar legalmente nos Estados Unidos.

7 possibilidades.

Não é segredo. Mesmo com toda a controversa administração atual, muita gente ainda sonha em trabalhar na América. Não dá para que dizer que agora, mais do que nunca, deve-se buscar meios legais para isso, porque em tempo nenhum, jamais, never, é recomendado trabalhar ilegalmente em outro país.

Eu sou de Porto Alegre e, depois de duas situações de insegurança, decidi que era hora de tentar algo novo. Fiquei obcecada em descobrir tipos de vistos para morar nos Estados Unidos, mas na balança do que era mais relevante para mim e a minha família no momento, acabamos vindo para Portugal.

Mesmo assim, depois de todas as pesquisas que eu fiz, muita gente ainda me pergunta sobre essas possibilidades e eu vou falar sobre algumas delas para quem ainda acredita que é um bom negócio e tem disposição para trilhar esse caminho.

Não sou especialista e só posso recomendar que sempre conversem com um advogado de imigração antes, porque eles sabem muitas dicas que quem tenta fazer sozinho acaba deixando passar e isso na hora da entrevista no consulado pode colocar um ponto final no seu sonho.

1. H1B — Para pessoas de uma profissão especializada

O mais conhecido é o visto patrocinado pelo empregador para trabalho em áreas técnicas em que é necessária a formação de nível superior. Ou seja, o candidato ainda em seu país de origem aplica-se para uma vaga nos EUA. A empresa, não tendo localizado um nativo para o trabalho, pode solicitar ao governo o visto para o estrangeiro especializado.

2. H2B — Trabalhadores Temporários ou Sazonais Não Agrícolas

É um programa de vistos para trabalhadores que normalmente atuam em temporadas, como períodos de férias em resorts, estações de esqui, por exemplo. Por mais incrível que pareça, dizem que o senhor presidente dos Estados Unidos é um grande contratante desse tipo de visto, que não exige formação de nível superior. Algumas agências de intercâmbio oferecem esse serviço.

3. L1 — Para executivos, gestores ou gerentes

Muitos donos de empresas familiares no Brasil têm solicitado a instalação de subsidiárias na América através do visto L1. Ele é concedido a um trabalhador da área gerencial ou executivo de uma empresa de país estrangeiro para que ele possa abrir uma filial nos EUA. Deve ser investido valor suficiente para manter a operação em seu primeiro ano de funcionamento, o que pode variar dependendo da região.

4. O1 — Para pessoas com habilidades extraordinárias

Visto para indivíduos detentores de uma lista de feitos especiais nas áreas médicas/ciências, artes, educação, negócios ou esportes, ou com um histórico comprovado de realizações extraordinárias no cinema e na indústria de televisão e com reconhecimento nacional ou internacional por essas conquistas. Se você é um destaque, esse é o seu visto, mas ele também precisa de um patrocinador (agente ou contratante que solicite a sua permanência no país).

5. EB5 — Para grandes investidores

Concede Green Card (residência permanente) aos estrangeiros que investirem, no mínimo, US$ 500 mil em negócios novos que gerem pelo menos 10 empregos nos Estados Unidos. O projeto de investimento deve atender a alguns requisitos, portanto, não basta apenas levar o dinheiro para lá, assim como os outros, deve ser feito por um advogado especializado.

6. E2 — Para pequenos investidores

Cidadãos de países que firmaram tratado comercial com os EUA podem abrir um pequeno negócio nos EUA. O Brasil não está na lista, mas muitos brasileiros com cidadania Italiana, Argentina e outras, têm aproveitado essa oportunidade.

7. J1 — Para intercambistas

E por último (e para mim o mais legal por causa da possibilidade de trabalhar na Disney) o Intercâmbio. Entre outras coisas, esse tipo de visto abriga o trabalho de au pair (cuidar das crianças de uma família anfitriã). O visto J1 também dá direito a até 30 dias livres nos EUA, além do período autorizado para trabalho.

Com o J1, é possível trabalhar na Disney. Para saber mais, pesquise pelo ICP (International College Program) através da agência autorizada, a STB. Para o programa, você precisa estar na faculdade e ter feito ao menos o primeiro semestre.

Trabalhar em outro país é um desafio

e que muitas vezes superado justo quando se está finalmente adaptado. Muitos vistos não permitem a residência definitiva. Ou seja, uma hora o estrangeiro tem que ir embora.

Trabalhar em outro país é uma viagem longa, que deve ser encarada com consciência, sem passar por cima das regras estabelecidas pelo novo lugar e por seus próprios limites. Escolher um caminho errado, ilegal, é carregar um sentimento de culpa, é ser inexistente em um lugar onde não se tem raízes.

Não se identificar com o novo ambiente, não se sentir aceito, é algo muito comum, porque normalmente estamos despreparados para lidar com isso. A depressão é uma doença que afeta as comunidades imigrantes pelo mundo, levando até mesmo ao suicídio.

Deixar a família, lidar com a saudade, é muito mais difícil do que imaginamos e é algo frequentemente ignorado. Só percebemos que dói quando vemos que morar fora não é estar todos os dias na Disney, se você pensa em viver em Orlando, na Flórida, como muitos brasileiros. Um dia o deslumbramento acaba e precisamos de algo muito forte que nos ajude a manter a felicidade.

Não esqueça também que algumas permissões de trabalho não autorizam que o cônjuge que acompanha o portador do visto arrume um emprego ao chegar no país (eu falo sobre isso aqui), o que torna um pouco mais complicada a estadia de uma família na América.

Por maior que seja o sonho, ele deve ser medido e realizado com cautela, porque é frequente romantizar e idealizar o novo país como o solucionador de todos os nossos problemas. A solidão existe, as preferências para os nativos também. Não se submeta a circunstâncias extremas por deixar-se dominar pelo medo da situação atual que enfrenta em seu próprio país.

As consequências disso têm aparecido na mídia nas últimas semanas, como as notícias das crianças imigrantes separadas das famílias nas fronteiras dos Estados Unidos. Imigrar com a família, com condições de trabalho adequadas, legais, onde as pessoas não têm medo de encontrar autoridades nas ruas, diminui as chances de que você sinta que o seu sonho tão difícil de ser alcançado não tenha suprido aquele vazio em você.

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